“Projeto Viver” ajuda a refletir sobre os biomas e as tragédias ambientais

       

            Um grito de socorro em defesa dos biomas brasileiros e a apresentação de propostas para um mundo sustentável. Essas foram as mensagens principais do “Projeto Viver”, realizado no sábado (27), e que utilizou o tema da Campanha da Fraternidade (CF) deste ano “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” como base para seus trabalhos. Exposições, painéis, apresentações e atividades interativas ocuparam todo o pátio, o teatro e algumas salas do Colégio São Paulo da Cruz. Centenas de pais, familiares e amigos dos alunos visitaram, perguntaram e aplaudiram as instalações e performances.

            O diretor geral do Colégio Carlos Cotta parabenizou os alunos, professores e a coordenação pela qualidade dos trabalhos. Ele acolheu os visitantes e falou-lhes da importância de se conhecer e preservar os biomas. Lembrou ainda que precisamos cuidar dos “biomas” mentais e emocionais para termos uma boa qualidade de vida.

            O capelão do Colégio padre Aurélio Miranda, CP, comentou que a Igreja Católica, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está preocupada com a vida no planeta. “O tema da CF deste ano foi uma atitude profética diante da realidade em que estamos vivendo”, assinalou.

            As coordenadoras pedagógicas Elisabeth Alves, Janeth Ferreira e Romilda Nascimento orientaram a produção dos trabalhos, motivaram os alunos e acolheram os visitantes. Os professores indicaram pesquisas a serem feitas, assim como a produção de exposições e apresentações. Já os funcionários deram o suporte necessário para a montagem das exposições e de toda a infraestrutura do evento.

            Para divulgar a flora medicinal, os alunos do 8º e 9º anos foram motivados a conhecer e cultivar plantas medicinais ou aquelas usadas na alimentação. Com a orientação da professora Valéria Schneider, as turmas apresentaram as características de cada uma delas aos visitantes e os convidaram para tomar chá. Os estudantes também distribuíram uma grande variedade de mudas de plantas, cultivadas em vasos de materiais recicláveis.

            Caracterizados como índios, população ribeirinha e lenhadores, o coral de alunos do 6º ano interpretou a música “Amazônia”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Retratando características dos biomas brasileiros, os alunos do 1º, 2º e 3º anos do EF se basearam, respectivamente, nos livros “Mãe Natureza” (Oswaldo Biancardi) e “Por um mundo mais bacana” (Lúcia Reis) e no lema da Campanha da Fraternidade/2017 “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15), para montar suas exposições e apresentações.

 

Tragédia de Mariana

            Muitas pessoas se emocionaram quando os alunos do 5º ano reproduziram a tragédia de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), ocorrida em 05 de novembro de 2015, matando 19 pessoas e deixando centenas de famílias desabrigadas. O cenário foi montado com um rio de tecido, onde havia peixes e outros animais. Os visitantes do “Projeto Viver” e os alunos representaram os moradores de Bento Rodrigues, as casas, carros e outros bens, ocuparam suas margens.

            Assim como no dia da tragédia, o serviço de som anunciou que eram 16 horas e, após um barulho assustador, o mar de lama começou a invadir casas, arrastar pessoas, casas, móveis e eletrodomésticos. Isso foi representado por alunos usando roupas escuras e carregando um enorme tecido marrom. Em alguns momentos, ele formava ondas enormes, que devastavam tudo que encontravam pelo caminho.

            Na etapa final, moradores e bombeiros socorreram as pessoas que não conseguiram fugir da lama formada por rejeitos de minério da Samarco. Mas, assim com os moradores de Bento Rodrigues não perderam as esperanças de poder recuperar tudo que foi destruído, os alunos encerraram a apresentação com otimismo ao som da música “Tente outra vez” (Raul Seixas, Paulo Coelho e Marcelo Motta).

 

“Terra sem males”

            A caatinga foi retratada pelos alunos do 4º ano do EF, por meio de uma exposição de caixinhas que mostravam características do bioma. Houve ainda a leitura de cartas em defesa do bioma escritas por eles. As alunas Nicole, Sofia e Rayanne, do 6º ano, apresentavam aos visitantes uma maquete da Floresta Amazônica e alertavam para o aumento da área desmatada. O Vale do Jequitinhonha foi a região escolhida pelas turmas do 7º ano para tratar do bioma local.

            Os povos indígenas, que já habitavam o Brasil quando os colonizadores portugueses chegaram, foram representados pelos alunos dos 8º anos por meio da peça teatral “Terra sem males”. Ela retrata um mito do povo Guarani, que acredita na possibilidade de vivermos em harmonia, num mundo sem destruição e sem desrespeito ao outro.

            Os alunos do 1º ano do EM apresentaram o projeto “Nós de Minas”, pelo qual criaram uma instalação retratando a “tragédia de Bento Rodrigues”. Os professores Sandra e Gabriel explicaram que o objetivo foi fazer a memória do crime que ocorreu no distrito de Mariana. Eles convidaram as pessoas a se deixarem “tocar” pela proposta da instalação.

            O bioma Mata Atlântica foi abordado pelos alunos do 2º ano do EM, que discutiram o assunto em sala de aula e organizaram um jogo para produzir cordéis sobre o tema. A aluna Paula Eduarda, do 2º MC, explicou que por meio dos cordéis foram denunciadas as agressões sofridas pelo bioma e apontadas formas de tentar contê-las.

 

Cápsula do tempo

            O encerramento do evento se deu com o projeto “Cápsula do tempo”, no qual a urna com as cartas escritas pelos alunos do 3º ano do EM, falando do que esperam que ocorra na área ambiental no período de 10 anos, foi depositada e lacrada num monumento de cimento. Em 2027, eles serão convidados a retornar ao Colégio e ler o que escreveram agora. A iniciativa foi dos professores Weliton Leão, Fernanda Flores, Danielle Pedroza e Ânderson Bernardino.

            Fernanda explicou que a intenção foi sugerir aos alunos que fizessem uma pausa para refletir sobre o momento atual, buscar no passado as causas dos problemas e pensar no futuro como um espaço de compromisso, esperança e busca de mudança. A professora agradeceu à direção e à coordenação pelo apoio dado ao projeto. “Pelas mensagens que estão nas cartas, estou otimista quanto ao que esses jovens pretendem fazer para construirmos um Brasil melhor e mais justo”, ressaltou o diretor Carlos Cotta.

            Segundo Weliton, o objetivo é estreitar o vínculo entre os alunos e também com o Colégio, motivando-os ainda a contribuir para que possamos viver num mundo que se paute na sustentabilidade. A aluna Bruna Figueiredo, do 3º ano JS, não conseguiu conter as lágrimas e disse que sonha com um Brasil onde haja mais igualdade e menos preconceito. Luísa Iolanda, do 3º ano JC, e Lara Ribeiro, do 3º ano JS, esperam que no período de 10 anos o país tem saído da crise e elas possam estar concluindo, juntas, o curso de Medicina.

            Para a aluna Letícia Mota, do 3º ano JC, o projeto “Cápsula do tempo” será marcante na vida dessas duas turmas, que o iniciaram. Ela é otimista e acredita que, em 2027, o Brasil estará trilhando um caminho mais sólido de preservação de seus biomas e com quadros político, econômico e social mais promissores que os de hoje. Seus pais, Itamar Lacerda e Silvânia Mota elogiaram o colégio pela iniciativa. “O projeto une os alunos e os motiva a trabalhar por um Brasil melhor”, avalia Itamar.

 

Opinião dos visitantes

 

“A reprodução da ‘tragédia de Mariana’ foi fantástica e o Colégio está de parabéns por todo o evento. As famílias e escola estão formando uma geração mais consciente, que vai ajudar o Brasil a encontrar um novo caminho.”

Osnei de Oliveira, pai de Lívia, do 9º ano do EF

 

“João Pedro ficou muito sensibilizado ao participar da reprodução da ‘tragédia de Mariana’. Tudo que foi mostrado no ‘Projeto Viver’ levou os alunos e os visitantes a refletirem sobre os problemas ambientais do planeta”.

Luciana Costa e Marcelo Magno, pais de João Pedro (5º ano do EF) e Gustavo (1º ano do EF)

 

“As famílias atingidas pela ‘tragédia de Mariana’ perderam suas casas, seus bens e até hoje o problema não teve solução. Quando esse tipo de questão é tratado no Colégio, os alunos se conscientizam de que precisam defender o planeta, mudar sua postura e cobrar providências das autoridades”.

Audrey Dias e Eliana Dias, pais de Lucas, 9º ano do EF

 

“Fiz questão de perguntar bastante sobre o bioma da Floresta Amazônica, retratado em uma maquete das alunas do 6º ano, e percebi que elas estavam muito bem informadas sobre o assunto e não apenas decoraram o texto. Isso demonstra que a questão foi bem estudada em sala de aula.”

Alessandra Lima Almeida, mãe de Anelize, do 3º ano do EF

 

“Meu filho gosta muito do Colégio e sinto que já se desenvolveu bastante desde que começou a estudar aqui, neste ano. Ele fez questão de me mostrar o que produziu para o ‘Projeto Viver’”.

Warley Estêvão, pai de Lucas, do Maternal

         


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