Os alunos do 1º ano do Ensino Médio apresentaram os vídeos que produziram sobre “A Copa do Mundo e o mito da Caverna de Platão”, na disciplina de Ensino Religioso. O professor Daniel Vicensi explicou que o objetivo foi levar os grupos a entrevistarem pessoas, de diferentes idades e classes sociais, para saber a opinião delas sobre a Copa do Mundo. A intenção foi de verificar até que ponto elas tinham conhecimento do que está por trás do evento, ou seja, dos gastos exorbitantes para construir e reformar estádios e outras obras de infra-estrutura em detrimento de investimentos em áreas básicas, como saúde, educação, habitação, transporte e segurança.
Com muita criatividade, os grupos colheram os depoimentos e produziram vídeos levantando questões, apresentando os gastos feitos em cada estádio, tudo com uma trilha sonora bastante crítica. O grupo 1 foi composto por Lucas Ferreira, Thales, Wagner, Victor, Victor Felipe, Alexandre e Clóvis; o grupo 2 por Alana, Evelyn, Karoline, Nathalia e Rafaela; o grupo 3 por Lucas, Lucas Galvão, Jéssica, Bárbara, Maria Eduarda e Eduardo; e o grupo 4 por Pedro, Douglas, Mariana, Mayumi e Paloma.
Segundo Lucas Ferreira, do grupo 1, o que se espera é que as pessoas se libertem da ‘Caverna de Platão’, que as leva a não enxergarem de fato a realidade, e vejam a Copa do Mundo com olhos mais críticos. Alana, do grupo 2, completou que todas as pessoas ouvidas por seu grupo consideraram que não é justo o Governo gastar tanto com um evento esportivo, deixando a saúde e a educação públicas em péssima situação. Lucas Rodrigues, do grupo 3, acrescentou que no final das contas o povo é que pagará a conta da Copa do Mundo. “Os governantes tentam fazer a ‘Caverna de Platão’ para que o povo não veja os absurdos que acontecem”, criticou Pedro, do grupo 4.
“O Príncipe” de Maquiavel
Já os alunos do 3º ano do EM abordaram a Copa do Mundo em seus trabalhos, porém fizeram a relação dela com a obra “O Príncipe”, de Maquiavel. Conforme a aluna Marina Pinto Almeida Barbosa, do 3º ano JS, Maquiavel orienta os governantes a demonstrarem serem bons, sem necessariamente precisar sê-lo. As boas medidas devem ser dadas a conta-gotas enquanto as ruins precisam ser rápidas, para serem esquecidas. “Com a Copa do Mundo, os governantes estão agindo mais ou menos assim, sem contar que estão gastando uma fortuna com os estádios e outras obras, enquanto a saúde e a educação públicas estão precisando de investimentos”, cobra.
Sua colega Thaís Bernardo Diniz acredita que após a Copa do Mundo o país enfrentará uma grave crise econômica, pois os gastos são muito elevados. Ela lembra que estamos num ano eleitoral e muitos governantes, seguindo a receita de “O Príncipe”, estão se aproveitando do evento para fazer campanha. “É feito um trabalho de manipulação, utilizando-se a mídia e boa parte da população ainda não consegue perceber isso”, lamenta a aluna.
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