As redes sociais são um componente inegável da vida dos jovens, oferecendo oportunidades de conexão social e aprendizado lúdico. Porém, assim como outros recursos tecnológicos modernos, existem vantagens e desvantagens das redes sociais para os quais pais precisam se atentar.
Para as mães que navegam na tarefa de orientar seus filhos através do complexo mundo digital, é crucial entender como essas plataformas podem influenciar o desenvolvimento social e emocional dos jovens.
Vantagens e desvantagens de redes sociais
Restringir totalmente o uso de mídias digitais é uma tarefa bem difícil para os pais.
Não apenas por uma questão de volume, já que mais de 80% de jovens brasileiros entre 9 e 17 anos têm perfis nas redes sociais. Mas, considerando que existe o lado muito positivo das redes, proibir esse uso pode até virar o famoso “tiro no pé”.
Vejamos quais os pontos positivos que vêm com o uso de redes sociais.
Interação
O jovem pode encontrar comunidades de pessoas com interesses semelhantes. Além de se conectar com pessoas de diferentes partes do mundo, as redes sociais ajudam a manter proximidade com familiares e amigos que moram longe do seu filho.
Manter essa conexão com pessoas queridas, mesmo à distância, é importante para cultivar os laços fraternos.
Aprendizado
As redes sociais também têm um viés muito educativo.
Existem vários criadores de conteúdo que ensinam idiomas diferentes retratando situações do dia a dia nos seus perfis, por exemplo.
Vários professores e pesquisadores também usam seus perfis em redes sociais para explicar fenômenos históricos (e atuais) de uma maneira descontraída e educativa.
Entretenimento
Muitos criadores de conteúdo e páginas de redes sociais trazem conteúdo divertido para o público.
Aí entra um pouco de tudo: memes, encenações de situações engraçadas do dia a dia, fotos e vídeos de animais de estimação, e até trabalhos de arte divulgados pelos perfis.
Cuidados ao usar redes sociais
Naturalmente, existe também um lado menos positivo do uso de mídias sociais.
Enquanto pais e educadores, precisamos ter atenção ao que eles significam.
Cyberbullying
Infelizmente, as redes sociais podem ser um ambiente em que as pessoas cometem atos que não necessariamente cometeriam na vida em carne e osso.
Ofensas a outras pessoas com base em diversos tipos de preconceito ou intolerância é uma realidade.
Comparações irreais
Filtros que mudam a estrutura do rosto ou corpo, ou mesmo conteúdo de pessoas com corpos que não refletem saúde, são também uma realidade em redes sociais.
Como fica difícil diferenciar o que é real e o que é gerado por inteligência artificial ou filtros, a comparação com essas imagens fica ainda mais perigosa.
Comunidades perigosas
Existem diversos grupos de pessoas que usam a internet para ter trocas positivas. Mas também há aqueles que praticam o chamado catfish, fingindo ser pessoas que não são para criar conexões com a pessoa com quem conversam.
Um jovem usuário desavisado pode acabar dando informações sobre onde mora, onde estuda, ou a situação financeira da sua família para uma pessoa com intenções ruins.
Perda de interações reais
O uso das redes sociais cria doses de dopamina que vão direto para o sistema nervoso. O resultado? Você quer continuar usando, e gastando mais tempo por lá (mais detalhes no próximo tópico).
O perigo é que essa dopamina, somada à conexão que pode ser criada com pessoas em comunidades online, pode fazer parecer que você não precisa de outras interações sociais. Isso pode acabar resultando em isolamento e, eventualmente, evoluir para quadros de saúde mental agravados.
Uso excessivo
O sucesso das redes sociais é baseado no chamado “tempo de tela”. Quanto mais tempo você passa consumindo o feed das redes, ou interagindo com pessoas por lá, mais sucesso para os criadores de conteúdo – e, é claro, para a empresa dona do aplicativo.
O lado negativo disso é que o tempo passa muito rápido quando você muda de um creator para o outro. E o uso excessivo de redes sociais já é cientificamente associado à perda de saúde mental e física – já que o sono e alimentação dos jovens podem ser afetados pelo excesso de telas.
Como incentivar o uso saudável de redes sociais?
Já que fugir das redes sociais não faz sentido para a grande maioria das famílias, o ideal é aprender a usar de uma maneira sustentável.
E, sim, isso é possível!
Dê o exemplo
Crianças e jovens replicam os exemplos que veem dentro de casa. Por isso, para ajudar seus filhos a tirarem o proveito certo das redes sociais, faça sua parte!
Tenha atenção aos seus próprios hábitos e evite usar o celular da forma como você não gostaria que seus filhos operassem.
Isso pode incluir não ter o aparelho perto durante as refeições, ou ligar a TV e mexer no celular ao mesmo tempo (porque isso demonstra uma atenção difusa), por exemplo.
Converse sobre o uso de redes sociais
Nossos hábitos e comportamentos na internet são assunto recorrente na mídia.
Que tal aproveitar esse gancho para trazer esse assunto para a família? A ideia é conversar de forma casual, sem um tom de cobrança ou, pior ainda, de acusação.
Se você identificar algum hábito próprio que não corresponde com comportamentos saudáveis, admita esse fato, e se comprometa com a família a mudar.
Essa atitude acolhedora e, ao mesmo tempo, de responsabilidade, ajuda a deixar o relacionamento familiar mais aberto para conversas desafiadoras.
Participe da vida online dos seus filhos
Como mostramos, o uso de redes sociais tem suas vantagens. Para ajudar as crianças a tirarem o máximo de proveito dessas plataformas, o ideal é que pais e responsáveis acompanhem também a “versão digital” do seus filhos.
Importante: não se trata de invadir a privacidade do seu filho. Mas, sim, de conversar casualmente sobre páginas que eles seguem; conteúdo que publicam ou repostam; linguagens e imagens que você pode não entender, mas ele sim.
Mostrar curiosidade pelos interesses dos seus filhos é fundamental para ter o caminho aberto para conversa, e ajudar seu filho a ter um comportamento saudável com a internet.
Uso adequado de tela
Um guia elaborado em 2021 pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) indica o limite diário para utilização de telas. Aqui, entram videogames, televisão e, principalmente, celular.
- Menores de 2 anos: evitar qualquer uso de tela (inclusive passivo: isso inclui tirar fotos excessivamente e assistir muita TV).
- Entre 2 e 5 anos: máximo de 1 hora de telas por dia, com supervisão de pais ou responsáveis.
- Entre 6 a 10 anos: entre 1 e 2 horas diárias de telas, com supervisão de pais ou responsáveis.
- Entre 11 e 18 anos: tempo máximo de telas (incluindo videogames) entre 2 e 3 horas por dia. Não permitir que participem de torneios ou jogos durante a madrugada.
Cuidados gerais para o uso de telas
As recomendações abaixo vieram da SBP e se estendem para jovens e adolescentes de todas as idades.
- Utilizar celular/videogame/assistir televisão em espaços comuns da casa. Nunca em isolamento em um quarto de porta fechada, por exemplo.
- Não usar aparelhos celulares antes de dormir, ou em situações familiares (como uma refeição à mesa).
- Não marcar encontros com pessoas que conhecem online.
- Nunca compartilhar informações pessoais delicadas pela internet.
A listagem das vantagens e desvantagens de redes sociais não foi feita para deixar pais inseguros e incentivar atitudes extremas como proibir 100% o uso por parte dos seus filhos.
A ideia é refletir sobre bons hábitos de uso, aprendendo a criar uma comunicação aberta com crianças, jovens e adolescentes sobre o mundo em que vivem.
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